quarta-feira, 4 de abril de 2012

A condição como opção: Autismo.

Comunicação e interatividade são aspectos ditos fundamentais para um cidadão se enquadrar nos mais diversos grupos sociais. Aqueles que não detêm o poder destas tais ações ficam para trás em ambientes profissionais, e também são abruptamente marginalizados por grande parcela da sociedade que os circunda. E o que fazer quando os verbos comunicar e interagir deixam de ser um capricho do mal humor e passam agora a ser vistos e encarados como algo inerente do indivíduo? Marginalizar este indivíduo? Excluí-lo? Essas são algumas das mais comuns, constantes e fatídicas ações das pessoas quando um autista se aproxima.
Esta semana - dia 2 de abril para ser mais exato - foi o dia mundial do autismo, onde muitas pessoas, organizações e cidades se mobilizaram para tentar, mais uma vez, conscientizar a sociedade desta normalidade autista. Vários pontos turísticos do país foram revestidos da iluminação azul (cor do movimento da conscientização autista), porém ainda falta nas pessoas a clareza quanto ao entendimento sobre o assunto.
O termo autismo vem do grego "autós" e tem por significado "de si mesmo". Este nome foi difundido em 1911 pelo psiquiatra Plouller e caracteriza pessoas que possuem limitações no relacionamento humano e com o mundo externo.  Estatisticamente, esta doença é acometida entre 10 a cada 5 mil nascidos no mundo, e sua ocorrência é quatro vezes maior no sexo masculino. (Desculpe, mas eu escrevi doença?) Pois está errado. O autismo não é considerado uma doença por dois principais motivos: primeiro, não é contagioso; e segundo, não tem cura. Não se encontrou até hoje no estudo da psicologia alguma causa ou motivo que possa indiciar este tipo de configuração alternativa do cérebro.
As características de um autista são evidenciadas antes mesmo dos seus três anos de idade e é dever da família ficar atento quanto a estas para que possa haver um diagnóstico o quanto antes. Segue algumas características:  (Ver mais no site: Clique AQUI)

1) Comprometimento na interação social;
2) Comprometimento na comunicação verbal e não verbal;
3) Comportamentos e interesses restritos e repetitivos.
    
Lembro que estas são apenas características, e não regras para ser um autista. Existem vários tipos e níveis do autismo e a avaliação deve ser realizada por um profissional qualificado e requer deste, antes de dar o definitivo diagnóstico, uma apurada percepção para  realizar a anamnese (entrevista feita pelo profissional de saúde para com o seu paciente com o intuito de relembrar todos os fatos que relacionam o paciente à 'doença').
Engana-se quem pensa que ser autista e ser alguém que não pode fazer nada; um incapaz. Autistas como Van Gogh, Bill Gates, Leonardo da Vinci são alguns dos milhares de exemplos que posso citar para demonstrar que ser autista é apenas enxergar o mundo com um olhar particular e que todos nós, independentemente de ser ou não autista, merecemos o devido respeito, apoio e credibilidade como qualquer outro ser humano.


                       


Autistas tem dificuldade de se comunicar e interagir por condição. E você, que é por opção?

Abraços.

Um comentário:

  1. Excelente texto! Às vezes é difícil quebrar um conceito já enraizado na sociedade, mas pelo menos dá pra provar que a intolerância das pessoas leva ao caos. Depois quem paga o pato é quem realmente quer fazer diferença...

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